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Regiões Vinícolas.

27 de julho de 2022
Longe de ser um país de clima perfeito, na verdade ali se encontram diversas situações bastante diferentes entre si, a ponto de podermos dizer que existem várias Itálias, do ponto de vista da vinicultura. Para melhor compreensão, dividimos a Itália em blocos, segundo sua situação geo-climática e são elas: Centro, Ilhas, Nordeste, Noroeste e Sul da Itália.

Geografia e clima

Em cada uma das macro-regiões assim definidas encontraremos diversas regiões, que por suas vez abrigam dezenas de DOCs (Denominações de Origem).
Assim sendo, a divisão macro-regional aqui apresentada não é oficial, mas apenas um grupamento que acreditamos permitir entender melhor as características geo-climáticas que afetam diversas regiões - estas sim, oficiais - ali situadas.

História

A introdução do vinho na Itália se deve a dois povos – Fenícios e Gregos – que ali criaram um importante produto comercial. Os Fenícios inicialmente comerciavam com vinhos da Sardegna e Sicília, mas os Gregos foram responsáveis pela introdução de novas variedades e pela experimentação.

Os Gregos

Alguns historiadores situam o início da vinicultura na Itália por volta de 1000 aC, época das primeiras viagens dos Gregos. Outros indicam a ilah de Ischia como sede dos primeiros vinhedos Gregos. 
Os Gregos portanto foram fundamentais na história do vinho italiano, principalmente no sul, pois ainda hoje vemos diversas uvas em uso que pertencem ao período da colonização helênica por volta do século 7. 

Nessa época os Etruscos eram consumidores de vinho, que seguiu se desenvolvendo para o norte, habitado pelos Celtas. Daí em diante a península Italiana passou a ser chamada de Enotria, operando provavelmente em portos da Calábria, depois Campania e Sicilia, os gregos não só desenvolveram a vinicultura, mas também a difundiram, cabendo aos Romanos levar o vinho a toda a Europa e tornando-o um dos principais produtos do povo europeu.


Os Romanos

Os Romanos diluíam os vinhos da antiguidade com água, porque se presume que eram muito alcoólicos devido às colheitas tardias ou à rudeza dos processos, então existia a figura do Magister Bibendi ou Rex Convivil, que estabelecia a proporção ideal de água (algo como 65%).
Foram criadas as Tabernaeonde se estocavam os vinhos em ânforas, com mesas e cadeiras para os clientes. Aristocráticas ou populares, ali se bebia vinho, que podia também se misturar com mel e especiarias, principalmente nos vinhos de baixa qualidade.
O melhor vinho vinha do sul, o Falerno, além de vinhos do Etna e Castelli Romani.
Foi encontrado um pergaminho em que se dizia: `O Falerno, depois de quatro anos, se torna um vinho maravilhoso´. Essa frase denota vários aspectos que mostram a influência do território na qualidade dos vinhos:
- Fala-se de um vinho específico – Falerno - que marcou sua época.
- Depois de quatro anos - indica que, mesmo às condições da época, a evolução do vinho era perceptível e admirada.
- Se torna um vinho maravilhoso - não deixa dúvidas que o diferencial de qualidade era realmente importante.

Idade Média

 Após a queda do Império Romano, com a invasão dos bárbaros a vinicultura passou por um forte declínio, tornando-se quase exclusiva dos monastérios religiosos, que conservaram a sabedoria antiga e a melhoraram, até que no Renascimento a explosão do comércio marítmo e a abertura de novas rotas o vinho estava pronto para retomar sua posição.
Os novos senhores do mar e do comércio, os Ingleses, eram os maiores compradores, que preferiam vinhos de regiões mais próximas, fora da rota do Mediterrâneo. A Itália passou a exportar o Marsala para os ingleses e o vinho de Calábria para os franceses, mas a maior parte da produção italiana era consumida localmente.

A consolidação

Da segunda metade do século 18 em diante o vinho italiano foi ganhando importância, seguindo-se o início das Denominações de Origem, até tornar-se um dos mais importantes países vinícolas do mundo, equiparando-se à França, a grande protagonista dos últimos séculos.