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Vinhos da Itália e suas classificações.

27 de julho de 2022
A Itália produz um impressionante conjunto de vinhos e com sua vizinha França vem se alternando ao longo dos anos na posição de maior produtor e consumidor mundial de vinhos. Ainda que a quantidade de grandes vinhos da Itália seja menor que da França, a personalidade marcante de muitos de seus rótulos cria um estilo inconfundível, com qualidade muito alta.

Por outro lado, a diversidade presente no vinho italiano é talvez a maior fonte de prazer ali disponível. É um mundo de vinhos alegres, diferentes, de muita personalidade e admirável bairrismo. Nas regiões e sub-regiões você encontrará muitas informações, suas denominações e particularidades.

Exatamente pela variedade de microclimas, a Itália tem uma grande diversidade em seus vinhos, existindo diversas classificações acessórias que permitem diferenciar produtos dentro de uma mesma denominação.
Vino da Tavola

São vinhos de qualidade inferior, de qualquer procedência geográfica e não podem ter no rótulo o nome da uva, nem a safra, nem a região. Constituem cerca de 80% dos vinhos da Itália. Existem alguns poucos Vinos da Tavola de ótimo nível, por não se enquadrarem nas normas das DOC e DOCG.
Indicazione Geografica Tipica (IGT)

Essa Classificação foi instituida a partir de 1992 e é aplicada aos vinhos de mesa elaborados em regiões geográficas específicas (uma província, uma comuna ou parte delas, tais como, uma colina, um vale, etc.). No rótulo podem constar o nome da uva, a safra, a região e o tipo de vinho (frizzante, amabile, novello, etc.).
Vini Tipici

Equivale ao Vin de Pays da França, mas apesar de criada em 1989, continua sem uma normatização precisa. Pretende-se aplicar essa designação a vinhos de mesa diferenciados, com tipologia definida. Atualmente, esses vinhos são incluídos na contagem dos Vini di Tavola, mas espera-se que venham a constituir uma parte importante dos vinhos italianos.
Denominazione di Origine Controlata (DOC)

Classificação criada em 1963, é atribuída aos vinhos provenientes de mais de 300 regiões vinícolas delimitadas que podem ser uma pequena área, uma província ou uma área geográfica ainda maior.
Sua quantificação é complicada, pois algumas regiões, como Valle d´Aosta e Chianti, possuem diversos vinhos de distritos diferentes, mas são contadas como uma única DOC.

Apenas cerca de 15% dos vinhos italianos pertencem às DOCs e são elaborados com tipos específicos de uvas para cada região e por métodos específicos de vinificação.
Centenas de vinhos possuem a designação DOC e, junto com os DOCG, representam apenas cerca de 20% dos vinhos italianos.  

Em algumas DOC existem sub-classificações, tais como: Riserva ou Vecchio, para vinhos envelhecidos maior tempo em madeira; Superiore, para vinhos maior teor alcoólico ou maior período de envelhecimento.

Denominazione di Origine Controlata e Garantita (DOCG)

Classificação criada em 1982, abrange os melhores vinhos da Itália.
Desde sua criação, essa classificação vem aumentando o número de Denominações nela inseridas, pois novas integrantes vêm  atingindo as regras de inserção para reclassificação a cada ano.

Os Fora-da-Lei

Alguns vinhos italianos, considerados entre os melhores do país e do mundo, classificam-se apenas como Vino da Tavola ou IGT, por não se enquadrarem nas normas das DOC e DOCG (tipos de uva, métodos de vinificação, etc.) e, por isso, são apelidados de `os fora da lei´. Na Toscana são chamados de Super-Toscanos.

Categorias Especiais

Essas categorias não tem relação com qualidade, mas apenas com uma característica específica que diferencia determinados vinhos de outros.
Novello (Jovem) - Vinho semelhante ao Beaujolais Nouveau, vinificado em pelo menos 30% através de maceração carbônica e com no mínimo 11º GL de teor alcoólico e não mais que 10 g de açúcar residual. Só pode ser vendido após 06 de novembro e deve ser engarrafado em 31 de dezembro do ano da colheita.

Vecchio (Velho) - Vinho que envelhece o mínimo três anos antes da comercialização.

Classico - Uma denominação que diferencia algumas DOC em níveis de qualidade, por exemplo Chianti e Chianti Classico.

Superiore - Vinho com regras mais detalhadas, por exemplo, que envelhece no mínimo um ano antes da comercialização.
Riserva (Reserva) - Vinho que envelhece no mínimo três a cinco anos antes da comercialização, regras variam para cada DOC

Spumante (Espumante) - Vinho espumante, como o Champagne, elaborado pelo método Charmat ou por método Champenoise.

Frizzante (Frizante) - Tipicamente italiano, é um vinho ligeiramente espumante, como o vinho verde português.

Secco, Abbocado , Amabile e Dolce - Definem o teor de açúcar do vinho que pode ser: seco, práticamente sem açúcar (secco); meio seco ou demi-sec, com teores médios de açúcar (abbocado e amabile); francamente doce (dolce).

Liquoroso (Licoroso) - Vinho fortificado ou naturalmente forte.

Passito (Passificado) - Vinho elaborado de uvas semi-desidratas (passas), que preserva parte do açúcar.

Ripasso (Repassado) - Vinho (Valpolicella) que após elaborado é deixado repousar nas borras de fermentação do Amarone, ganhando corpo, sabor e teor alcóolico.